Eu sinto um prazer imenso,
quando arremato uma trova,
é como ficar suspenso
plainando com asa nova.
é um prazer que se renova
ficar pensando num tema,
que me sugira uma trova,
um cordel, ou um poema.
O verso é minha cachaça,
meu passa-tempo, meu vício,
um vício que sai de graça,
nem leva ninguém pro hospício.
É só pegar a caneta,
pensar um pouco no tema,
que, se você for poeta,
há de sair um poema.
E como faz bem a gente
fazer um verso! Eu diria,
que nada me faz contente
como tê-lo ao meu BOM DIA.
UM QUADRO ANTIGO
Menina, se eu desejar
Beijar-te as mãos, tu consentes?
– Beijos podem despertar
Certos desejos latentes...
Deixe-me agora oscular
As tuas faces nitentes,
E esses teus olhos fitar
Para sondar o que sentes.
Desejo beijar-te a boca,
Será que tu deixas? Coras?
– Tu queres deixar-me louca!...
Já te dei as mãos e as faces...
Mas a boca que me imploras
Só daria se me amasses.
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