Hoje o tempo mete medo,
acorda de cara feia,
estronda lá no penedo,
se enfurece e relampeia.
E eu acordei – acontece –
sem saber o que escrever,
faltando o sol que me aquece,
em mim parece chover;
A alma fica nublada,
a inspiração não vigora,
o verso sem fazer nada,
bate asas vai-se embora.
pedi-lhe esperasse um pouco...
atendeu – pois ele via
que eu talvez ficasse louco
se não desse o meu BOM DIA.
RATIFICANDO
Em confissão de amor, um dia eu disse,
Deslumbrado com tanta formosura:
Eu hei de amar-te até a minha velhice
E hei de achar-te sempre linda e pura.
O tempo se passou sem que eu sentisse,
E foi deixando, em mim, marcas sem cura;
Mas qual pomo te fez pra que eu te visse
Muito mais linda quanto mais madura.
Se o sol da minha vida, quase posto,
Fez marcas indeléveis no meu rosto,
Não se atreveu tocar no coração:
Pois ele continua como outrora,
Tão completo de amor quanto na hora
Em que te fiz aquela confissão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário