terça-feira, 6 de novembro de 2012

OS MEUS SEGREDOS


 

Nunca queiras saber os meus segredos,

Jamais desejes todos desvendá-los,

Poderiam levar-te a muitos medos,

Antes de ouvi-los é melhor calá-los;

 

Jesus já os perdoou, por que buscá-los?

Poderiam tirar-te os risos ledos,

Com que me alegras, vamos condená-los,

Definitivamente, a mil degredos.

 

Segredos são pecados, são deslizes,

São pústulas, são manchas, cicatrizes,

Só Deus, somente Deus deve os saber,

 

Por mais que te pareça muito estranho,

Somente um coração desse tamanho,

De perdoar-me, tem esse poder.

05/11/2012

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A IDEIA


De quando em quando pisca em nossa mente,

Aquela ideia – pisca e não clareia,

Não abre como um sol, brilhantemente,

Nem suave e branda como a lua cheia.


Mas fica ali... e renitentemente

Nem apaga, nem brilha, bruxuleia,

Hesitante em se abrir, pisca somente,

Como o sangue a pulsar dentro da veia.


Mas só partindo a bolsa que a contém

Pode mostrar a luz que lhe convém

Aos contornos sutis de sua arte.


Contorce-se na mente – serpenteia!

E vai evoluindo – é luz que anseia!

E pisca e pulsa e força e tenta e parte.

24/10/2012

INCOMPARÁVEL


 A vida se assemelha a quê? – Cogito.

Muitas comparações já foram feitas,

Deus a fez com virtudes (e perfeitas!),

Portanto, incomparável, tenho dito.


Entretanto as mazelas e as maleitas,

Foi pondo, o homem, nela – pôs conflito,

Os frutos do pecado vil, maldito,

Mentirosas verdades, muitas treitas.


Mesmo assim não consigo compará-la,

Falta-me sempre essa imaginação,

Falta-me a verve, o dom, falta-me a fala.


Acho-a ainda incomparável, bela!

E esse lado da vida é minha opção.

Eu vou morrer, mas com saudade dela.

09/09/2012



DIANTE DA LUA


                
Uma noite, eu me lembro, era verão,

E a lua era bonita como quê,

E nós a contemplávamos então,

Ambos bobos de amor, eu e você.


Tem muito tempo, mas não foi em vão,

Aquela cena, como você vê,

Ficou gravada no meu coração,

E nos meus olhos hoje ainda se lê.


Sem a força talvez daquele instante,

Sem a chama febril de um moço amante,

Mas de um velho que ainda o amor cultua,


E que fica morrendo de saudade,

Ao recordar a sua mocidade

Toda vez que se vê diante da lua.

04/09/2012








"Posso todas as coisas naquele que me fortalece"