Eu muitas vezes levito,
montado em meus pensamentos,
e a voz de Deus, do infinito,
escuto na voz dos ventos.
Na verdade eu ouço em tudo
que a voz de Deus é presente,
no céu, no mar, sobretudo,
no meu profundo consciente.
E por isso sinto paz,
só a sente quem confia,
vou mandá-la uma vez mais
anexada ao meu BOM DIA.
EM SOLIDARIEDADE À LUA
Cantei a minha última canção,
Quando da madrugada a luz raiava;
Em cada nota pus meu coração,
Enquanto o pinho, gemendo, acompanhava.
A lua já não mais se derramava
Desenhando de luz a escuridão,
E o sol, de pouco em pouco, pincelava,
Todos os quatro cantos da amplidão.
Tive pena da lua – coitadinha!
Tive raiva do sol – que coisa feia!
Ele deixou sem graça a pobrezinha...
Por vingar-me do rei, que a destronou,
E em solidariedade à lua cheia,
Eu fui dormir enquanto ele brilhou.
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