BOM DIA – 17/03/2011 32
A mesma manhã, tão mágica,
que eu levanto vendo flores,
se não faço um verso, é trágica,
os versos são meus amores.
A tarde, no seu quebranto,
tendo a luz quase apagada,
se me vem um verso eu canto,
faz-se em mim nova alvorada.
As estrelas, que tão belas,
nessa abóboda tão linda,
se eu faço um verso, são elas,
muito mais belas ainda.
A noite, a tarde, as manhãs,
transformam-se em melodia,
e apesar das minhas cãs,
de um verso eu faço um BOM DIA.
A MÚSICA DA VIDA
Ao dedilhar a música da vida,
Neste velho instrumento empoeirado,
Ouço da infância, o som leve e dourado,
Que acorda cada corda envelhecida.
Trazendo o novo em som desafinado,
Logo depois, intrépida, atrevida,
Julgo escutar a voz bem percutida
Do moço – afoito, belo, iluminado!
E o tempo vai passando e eu vou tocando,
Imerso no meu sonho, delirando!...
Chego a sorrir na pauta percorrida;
Mas desperto ao final e me surpreendo,
Porque eu estou me ouvindo e estou me vendo
Tocando a marcha fúnebre da vida.
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