Eu cheguei ontem de viagem
uma viagem bem curta,
mas deu pra ver a paisagem,
e o chão coberto de murta.
Toda vez que vou lá fora,
que saio desta cidade,
vejo na fauna e na flora,
a própria felicidade.
Tive que voltar – foi pena,
pois minha missão me obriga,
um dia eu sacudo as penas,
e quem quiser que me siga.
Nesse lugar tão sonhado,
e cercado de poesia,
vou ficar olhando o prado,
tendo e mandando um BOM DIA.
EXTREMOS
A mocidade é como a luz, brilha e clareia;
Como a fogueira em chamas que crepita e arde;
A mocidade é como o sol, luz e incendeia;
É grito, é alvoroço, é movimento, é alarde.
Mas a velhice, não, é como um fim de tarde,
Presa fácil da noite que a enreda e enteia,
E que, sem pena a traga, a escuridão covarde.
Ah! Se ao menos tivesse a luz da lua cheia!
Uma folha caindo murcha e ressecada
É a esperança do velho, exânime, cansada,
Ao sopro extenuado e exangue de seu sonho.
É seiva a vida, é flor o sonho – esse colosso –
E o fruto sazonado é a esperança do moço;
Aos pés da juventude eu me prostro e me ponho.
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