Quando chove na varanda
sinto em cada pingo d’agua,
uma trova, uma ciranda,
que dentro de mim deságua.
São gotas que vão caindo,
e que me fazem lembrar,
de um tempo bom, muito lindo,
que nunca mais vou achar.
Da lembrança não me sai...
não devo falar por ora,
mas, cada gota que cai,
é como se fosse agora.
Nesta auréola, neste clima,
que mais parece magia,
é que eu fui buscar a rima,
para dar o meu BOM DIA.
MEU TUGÚRIO
Aqui neste tugúrio eu me confino
Para escrever, ou ler, ou meditar.
Persigo a ideia, busco-a e me fascino,
Ou me prostro, minúsculo, a orar;
Relembro o meu passado, e o meu destino
Antevejo complexo ou singular;
Ou fico cego e mudo, ou canto um hino –
Hosanas ao Senhor no seu altar.
Aqui neste meu claustro eu me desnudo,
Mostro-me a mim e a Deus me mostro. Faço
Mil votos de fugir do mal, contudo,
Vestido de cordeiro, o mal me segue...
Mas, se fraquejo ou se tropeço o passo,
Jesus me ergue e o mal não me consegue.
agora posso ler teus versos, estar perto dessa delicada poesia
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