BOM DIA! – 2/09/2011
Deparamo-nos, às vezes,
A remexer em papeis,
De poucos dias, de meses,
E do tempo dos mil réis.
Papeis velhos, carcomidos
Pelo tempo e pela traça,
Chego até ouvir gemidos
De cada papel que passa.
Aqui e ali um, de um ente
Querido que faleceu,
Mas que ainda está presente,
Em tudo quanto escreveu.
Num papel desses, meu tio,
(tinha o mesmo nome que eu)
Belo soneto imprimiu,
Num papel que a traça roeu.
Luz de Candeeiro
Raimundo N. de Salles Brasil
Buscando o ocaso em fúlgido crescente,
O luar, o brando luar desaparece
A noite em meio. O céu puro e silente,
Recamado de estrelas estremece
Leio. O meu pensamento se embevece,
Nessa leitura e nesse luar poente.
Ah ! Se das sombras tua imagem viesse
Na asa de um sonho incontentado e ardente !
E a noite avança plácida e tranqüila
Baixo o Candeeiro. A luz, de quando em quando,
Numa serena vibração cintila.
E à proporção que vem nascendo o dia,
Dentro do vidro a luz se apagando,
Num frêmito azulado de agonia.
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