quarta-feira, 28 de setembro de 2011

BOM DIA!

BOM DIA!– 11-09-2011

Raymundo de Salles Brasil

Que coisa boa, que bom,
Se ler um texto divino,
Que tem sabor de bom bom
Chupado por um menino.

Que coisa boa chegar
À inspiração de um poeta,
O seu íntimo singrar,
Ouvindo-lhe a voz secreta.

Que bom ouvir-lhe a cadência,
Na construção de um bom verso,
O jorro da inteligência
Alcançando o Universo.

É como ouvir de Chopin
Arcodes indescritíveis,
Eu sou, de Quintana, fã
Dos seus sonetos incríveis.



A RUA DOS CATAVENTOS – II

Mario Quintana

Dorme, ruazinha... E tudo escuro...
E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?
Dorme o teu sono sossegado e puro,
Com teus lampiões, com teus jardins tranqüilos.

Dorme... Não há ladrões, eu te asseguro...
Nem guardas para acaso persegui-los...
Na noite alta, como sobre um muro,
As estrelinhas cantam como grilos...

O vento está dormindo na calçada,
O vento enovelou-se como um cão...
Dorme, ruazinha... Não há mais nada...

Só os meus passos... Mas tão leves são
Que até parecem, pela madrugada,
Os da minha futura assombração...

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"Posso todas as coisas naquele que me fortalece"