quarta-feira, 28 de setembro de 2011

BOM DIA!

BOM DIA! – 4/09/2011


Amante que sou do verso,
E gamado num soneto,
Prefiro nesse universo
Não o branco, mas o preto.

O verso puro, rimado,
De rima rica – a rigor,
Que seja metrificado
Para que o saiba de cor.

Um verso que soe suave,
Marcando sempre a cadência,
Mas com mensagem na nave,
É claro, de preferência.

Para exemplo do que gosto,
É que dentre muitos, marco,
–Vocês vão gostar, aposto –
De Caio Cid – PAUDARCO.



PAUDARCO

Caio Cid
22.02.1904 – 21.08.1972

Paudarco gigantesco! Pelos traços
lembra um deus milenar, rude e iracundo,
que detivesse, de repente, os passos
e ali ficasse contemplando o mundo.

Preso pela raiz ao chão profundo,
a fronde a farfalhar pelos espaços,
bebe a seiva nutriz no solo imundo,
mas para o céu é que levanta os braços.

Prometeu vegetal brame se estorce
e, por mais que proteste e que se esforce,
não se libera da imobilidade.

Acorrentado ao pedestal da serra,
embalde é o sonho de fugir à terra,
o anseio de galgar a imensidade

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"Posso todas as coisas naquele que me fortalece"