BOM DIA! - 21/08/2011
Depois de trégua pequena,
eis-me aqui, só pra lembrar
esta manhã que serena,
pondo um BOM DIA no ar.
Vou mandar de vez em quando,
numa simples cortesia,
se o verso chegar-me inflando
as asas da fantasia.
Lembrei-me hoje de Arthur,
sim, do velho Arthur de Salles,
que cantou com seu glamour,
o mar, colinas e vales.
Ocaso no Mar
Arthur de Salles
O céu a valva azul de uma concha semelha
De que outra valva é o mar ouriçado de escamas.
No ponto de junção, o sol - molusco em chamas -
Do bisso espalha no ar a incendida centelha.
Listões de intenso anil, raias de cor vermelha,
Grandes manchas de opala, arabescos e lhamas,
Da luz todos os tons, da cor todas as gamas
Vibram na valva azul que a valva verde espelha.
Mas todo este fulgor esmaece e se apaga.
Tímido, o olhar do sol bóia de vaga em vaga,
Porque uma sombra investe a sua concha enorme.
É a noite: como um polvo, insidiosa, se eleva.
Desenrola os seus mil tentáculos de treva:
E o sol, vendo-a crescer, fecha as valvas e dorme.
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