quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O RETIRANTE

Banido pela seca do sertão, fizera
Uma viagem sem volta, em busca de igualdade.
Deixando uma mulher e filhos na tapera,
Galopou no seu sonho de felicidade.


Só quando lhe caiu a última quimera,
Bateu-lhe na razão a dura realidade...
Pois que tão diferente dos seus sonhos era
O cotidiano cruel de uma grande cidade.


Sem trabalho, sem pão e sem sonhos sequer,
E tendo uma tapera, filhos e mulher,
Chorou pedindo a Deus lhe deixasse voltar;


Mesmo que fosse assim, de mãos puras, vazias,
Mesmo pra passar fome o resto dos seus dias,
Mesmo que fosse até pra nunca mais sonhar.

Um comentário:

  1. "...Mesmo que fosse até pra nunca mais sonhar" - qualquer preço pagaria para voltar para o que já conhece. Parabéns, Raymundo!

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"Posso todas as coisas naquele que me fortalece"