Eu quis fazer um soneto
novo, pra dar BOM DIA,
saíu esse, em branco e preto,
se achasse cor, coloria:
MEU VERSO NU
Não sei se estou doente, ou se perdi meu estro,
Perdê-lo é morte certa, a mim ninguém me ilude,
É o que me faz fazer, é o que me torna destro,
E que pode levar-me alegre ao ataúde.
Não poderei viver feliz, se algum sequestro
Tirar de mim meu dom, tirar-me esta virtude,
Se a musa se evadir de mim serei canhestro,
Não daria ao meu verso o som que sempre pude.
E foi pensando assim que um verso eu fui tecendo,
O primeiro quarteto, o fiz nessa viagem,
Fiz o segundo e quase até que me arrependo.
Mas prossegui no intento, a ver se era miragem,
E o primeiro terceto flui, o vi nascendo,
E assim nasce o segundo – nu – sem camuflagem.
Salvador, 07/1020/11
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